quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A Graduação e a Busca pelo Conhecimento no Futebol


              Já falamos aqui sobre várias áreas que abrangem o futebol de base, desde a fisiologia, até o processo de formação e a importância da existência dos clubes formadores. Hoje dou ênfase à formação do profissional para trabalhar nas categorias de base e a importância da busca pelo conhecimento.
             De fato, se almejamos atingir patamares de excelência no futebol, temos que criar nossa idéia de jogo, nosso modelo de jogo, nos aperfeiçoar cada dia mais em cada detalhe técnico e em cada movimento dos jogadores em campo, temos que pensar com a cabeça dos atletas, afinal, estaremos lidando com crianças e adolescentes.
               Primeiramente, destaco o trabalho realizado pelo Professor Dr. Próspero Brum Paoli na Universidade Federal de Viçosa que busca formar profissionais para o futebol e segue abaixo os cursos relacionados ao futebol que tive a oportunidade de fazer nestes quatro anos de graduação em Educação Física:

  • Preparação Física e Tática nas Categorias de Base do Futebol (2008)
  • Arbitragem em Futebol de Campo (2009)
  • Curso de Atualização em Futebol (2010)
  • Preparação Física e Preparação de Goleiros (2010)
  • Treinamento Técnico por Posição (2011)
  • Transição Ofensiva e Defensiva no Futebol (2011)
                 Além dos cursos que foram ministrados por excelentes profissionais, que passaram pela vivência de trabalhar nas categorias de acesso, não posso deixar de citar as experiências pelas quais passei durante minha formação.
                  É bom olhar para o passado e ver que o tempo que passei em Viçosa foi dedicado para aprender e absorver bastante conhecimento sobre todas as áreas que envolvem o futebol. Agora é traçar novos objetivos e sei que o diferencial de formar aqui, me especializar em futebol aqui, e a busca incessante pelo conhecimento e o trabalho bem feito renderá frutos e conquistas muito importantes em minha carreira. 


                  
--Whitney Young Jr.

Um Abraço à todos!

sábado, 8 de outubro de 2011

A Importância dos Clubes Formadores para o Futebol Brasileiro


Treinador Glauber Caldas com a Categoria Sub-11 do Centro Esportivo Ubaense


Inspirado pela troca de idéias em duas Palestras conduzidas pelo Professor e Treinador de Futebol Glauber Caldas no Grupo de Estudos de Futebol da Universidade Federal de Viçosa, coordenado pelo Professor Próspero Brum Paoli, sob a organização do Graduando em Educação Física Leonardo Cherede, resolvi escrever sobre a importância dos clubes formadores para o futebol brasileiro.
Muitos falam de crise no futebol brasileiro, de empresários que dominam o mercado, de perda da identidade no futebol, que não existe mais show, que os jogadores não têm mais a mesma plasticidade como antigamente, que o físico supera a capacidade técnica e na contramão de todas estas insinuações, existem os clubes formadores de atletas para o futebol, que continuarão a garantir a hegemonia brasileira em um futuro que considero próximo.
Com os processos de urbanização e o acesso fácil à produtos eletrônicos, cada vez mais as crianças estão tendo menos espaço para expressar-se corporalmente, ficando confinadas a uma sala em frente à Tv, vídeo game e computador. Este processo leva a uma diminuição significativa de potenciais atletas de qualquer modalidade, pois há um déficit na formação de um Padrão Motor Geral (PMG), além da propensão em tornar crianças obesas e relutantes em relação à prática de atividade física. Não defendo a idéia de muitos que falam que o jogador brasileiro é formado nas ruas, mas de fato, a vivência de jogos e brincadeiras que são realizadas na rua, influencia na capacidade motora do sujeito.
Hoje um dos maiores desafios para os grandes clubes é a captação de atletas para a base, pois além do problema que citei acima em relação ao PMG, os clubes, mesmo com a política de escolinhas e uma série de olheiros, não conseguem atingir o vasto território Nacional. O Clube Formador deve suprir as necessidades de captação dos grandes clubes, mas para que isso seja realizado de forma efetiva, devem-se seguir diretrizes essenciais preconizadas pelo projeto de formação do clube, respeitando as faixas etárias e o período maturacional dos atletas. Para que as diretrizes sejam seguidas, são necessários profissionais que tenham profundo conhecimento em trabalhar com futebol de base, enfatizando o trabalho técnico, aliando a parte física, tática e psicológica à formação de um cidadão consciente. Segue abaixo um diagrama de como pode ocorrer este processo de captação.

Modelo de Captação para Grandes Clubes através de Clubes Formadores

O Centro Esportivo Ubaense é um clube formador, do qual tenho orgulho de estar na equipe técnica, junto com excelentes profissionais que vivenciam todos os dias a evolução dos garotos que lá treinam com dedicação. Às vezes me assusto com a evolução dos atletas, tanto em relação aos aspectos coordenativos, na técnica específica, na maturidade dentro e fora de campo e na noção posicional do espaço de jogo. De fato as diretrizes do processo de formação agregam valor aos atletas e  mesmo que alguns não cheguem a virar profissionais no futebol, carregarão consigo a importância do trabalho coletivo, o respeito ao ambiente em que se vive e a capacidade de sempre ir atrás dos objetivos traçados para suas vidas.
Faço minhas, as palavras do Professor e Técnico Diogo Giacomini em uma entrevista à Universidade do Futebol onde ele relata que existe sim uma mudança lenta, porém profunda no futebol brasileiro, onde o trabalho de base, através de profissionais que tenham uma formação consistente e conceitos bem definidos, conseguirá em médio prazo formar atletas mais participativos, autônomos e inteligentes e  na minha opinião cabe aos Clubes Formadores serem o pontapé inicial de todo este processo.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A Fisiologia na Base do Futebol

                 
               Sabemos que o caminho percorrido por um atleta até seu sucesso, caso este ocorra, é longo, e nem sempre realizado da maneira correta, o que pode acarretar em um série de processos danosos na performance do mesmo. De fato, no trabalho de base realizado no futebol, todas as variáveis são importantes e todos os setores da preparação (física, técnica, tática e psicológica) têm seu peso em todo este processo. Este texto tem como objetivo exemplificar algumas possíveis ações do departamento de fisiologia no processo de formação, agregando assim maior segurança nestas etapas, permitindo que os demais setores sejam desenvolvidos de forma plena.
                 Primeiramente gostaria de destacar que o sujeito ao atuar no departamento de fisiologia, não deve apenas estar voltado a testes e resultados laboratoriais. Este profissional, mais do que nunca, deve conhecer o cotidiano do trabalho no campo e participar ativamente das atividades desenvolvidas em todas as áreas. Defendo a multidisciplinariedade no futebol onde todos os profissionais devem ter o conhecimento geral das áreas para que a comunicação entre os profissionais seja facilitada e a partir daí o trabalho ser unificado. Sem esta proposta de trabalho, pode ser que o resultados esperados não sejam atingidos.
                 O departamento de fisiologia na base deve atentar-se a dosar de forma correta os treinamentos, prevenir lesões e monitorar a melhora contínua das valências físicas. Aí me perguntam qual a diferença então entre o trabalho na base e no profissional. Destaco várias variáveis onde o fisiologista da base tem que atentar-se em seu trabalho. Identificar o nível maturacional do atleta que chega ao clube, evitando que este receba cargas excessivas que possam comprometer a estrutura física do mesmo, prejudicando assim  seu crescimento. Destaco que o treinamento no futebol em qualquer categoria deve ter ênfase qualitativa. Outra preocupação do Fisiologista está no acompanhamento longitudinal da performance do atleta, que pode ser afetado pela complexidade da atividade que lhe foi atribuída, pelo excesso de treino, pelo condicionamento físico, dentre outros. Cabe ao fisiologista, juntamente com o setor nutricional, conhecer o histórico alimentar do atleta, traçar estratégias nutricionais que evitem o deficit energético ao fim do dia de treinamento e a maximização da recuperação. Traçar estratégias de hidratação corretas variando água e bebidas energéticas, evitando um quadro de hiponatremia etc...
                 Portanto, para que se agregue valor ao atleta, é necessário que  no processo de formação haja um departamento de fisiologia que realize estas atividades relatadas acima dentre outras que são necessárias para a maximização da performance.
                   

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Aos 1200 acessos ao Blog

Prezados Leitores do Blog a Base do Futebol,

Agradeço imensamente o acesso de todos ao Blog. O tenho como um meio de divulgar um trabalho realizado de forma planejada em prol da formação de grandes atletas. Segue um resumo dos acessos:


Brasil
1.145
Estados Unidos
38
Portugal
9
Alemanha
4
Espanha
4
Canadá
1
China
1
Coreia do Sul
1
Moçambique
1
Omã
1


Em breve maiores informações sobre o processo de formação e detecção de talentos no futebol.
Para fechar este post vale a pena ver este vídeo.



sábado, 18 de junho de 2011

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FUTEBOL-UFV


Estamos iniciando o processo de pré-inscrição da Turma VI (2012/2014). Durante essa etapa o candidato deverá remeter a documentação exigida para uma análise prévia e avaliação da demanda. O período de pré-inscrição será feito até o dia 15 de setembro de 2011.
Considerando o sucesso das turmas I (2005/2005), II (2005/2006), III (2006/2007), IV (2008/2010) e V (2010/2012), além da grande procura para consulta ao longo dos últimos meses por e-mail, estima-se que haverá lotação do curso nas primeiras semanas de pré-inscrição.
As vagas serão ocupadas conforme a ordem de chegada dos documentos e análise do currículo. O curso somente irá ocorrer com a inscrição mínima de 40 alunos. O número máximo de alunos será de 50.


MAIORES INFORMAÇÕES NO PDF NESTE LINK:
http://www.4shared.com/document/jIxQ2klK/CURSO-ESPECIALIZAO-FUTEBOL-UFV.html?

terça-feira, 31 de maio de 2011

Ney Franco faz visita a CT do Ubaense




Por Wallace Mattos
Ontem, o Centro Esportivo Ubaense (CEU), do Ubaense Esporte Clube, de Ubá, cidade que fica a 100km de Juiz de Fora, recebeu a visita do coordenador das categorias de base e treinador da equipe sub-20 da Seleção Brasileira, Ney Franco. O técnico conheceu as instalações do local, com área de 100 mil m2 e voltado para a formação de jogadores com idades entre 11 e 17 anos.
O coordenador explicou que a ida até o CEU faz parte de uma nova política que está sendo implementada nas categorias de base da Seleção. "Estamos visitando os clubes dedicados à formação de atletas para estabelecer um contato mais próximo. Quando se fala em formar jogadores, pensa-se logo em clubes grandes do futebol nacional. Queremos quebrar esse paradigma. O que impede, por exemplo, de ter um jogador aqui nesse CT que sirva para uma Seleção de base?", disse Ney.
Durante sua estadia no CEU, Franco falou com os 132 atletas que hoje treinam no local e com os profissionais que trabalham na formação desses jogadores. O técnico ficou impressionado com a qualidade do CT. "Já trabalhei em dois dos maiores clubes do Rio e do Brasil (Flamengo e Botafogo) e não encontrei uma estrutura como essa. Pelo que vi, já há uma bela estrutura para a formação e, quando estiver tudo pronto, será um local de primeira linha. Grandes clubes poderão vir para cá, e nada impede uma Seleção Brasileira de treinar aqui."
Para o presidente do Ubaense, Paulo Paschoalino, os elogios do coordenador das categorias de base da Seleção dão ânimo, mas também impõem uma responsabilidade a mais ao CEU. "Fico feliz pelas palavras do Ney, isso nos anima a continuar, mas temos que manter o bom trabalho. Temos a responsabilidade de formar esses jovens. Não só como jogadores de futebol, mas como homens, pois muitos não seguirão carreira. Nossa missão é dar-lhes bases para a vida", diz.
Segundo o coordenador geral do CEU, Próspero Paoli, a intenção é estreitar laços com diversos clubes brasileiros. "Já recebemos aqui, no último fim de semana, duas categorias de base do Botafogo. Ainda essa semana chegam representantes do São Paulo. Isso é parte de nosso planejamento. Com o trabalho iniciado em outubro de 2010, já colocamos sete jogadores em grandes clubes (dois no Atlético-MG, dois no América-MG e quatro no Coritiba). No último fim de semana, o Botafogo selecionou outros quatro para levar para o Rio. Então, creio que estamos no caminho certo."

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Centro Esportivo Ubaense receberá Ney Franco



     O técnico da Seleção Brasileira Sub-20 e coordenador geral das divisões de base da CBF, Ney Franco, fará uma visita especial ao Centro Esportivo Ubaense nesta segunda-feira dia 30, às 15h. O profissional virá conhecer de perto a infraestrutura do local que tem chamado a atenção de grandes clubes do futebol nacional.
Dentro da programação está um bate-papo com a garotada e os profissionais do CEU e uma entrevista coletiva marcada para às 15h30 no próprio local.
       A visita de Ney Franco é vista com muito bons olhos por parte de todos, principalmente da equipe do Centro Esportivo, que poderá trocar experiências com um grande profissional da área e que vem se destacando a frente da seleção canarinho. Sua última conquista foi o título sul-americano em fevereiro deste ano, feito que garantiu vaga no mundial sub-20 e na Olimpíada de Londres, em 2012.

terça-feira, 5 de abril de 2011

CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM FUTEBOL

CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM FUTEBOL



PROFESSOR DIOGO GIACOMINI
TÉCNICO DO JUVENIL DO CLUBE ATLÉTICO MINEIRO 
CAMPEÃO MUNDIAL DA CATEGORIA EM 2010 (BRASIL) e em 2011 (ÁFRICA DO SUL)
CAMPEÃO DO TORNEIO DE GRADISCA - ITA) 
GRADUADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – RS
ESPECIALISTA EM TREINAMENTO ESPORTIVO NA UFMG
MESTRE EM TREINAMENTO ESPORTIVO NA UFMG
PASSAGENS PELAS CATEGORIAS DE BASE DO CRUZEIRO-MG E AMÉRICA-MG

DATA: 30 de abril e 01 de maio
LOCAL: Departamento de Educação Física – UFV
CONTEÚDO: Metodologia do Treinamento das Ações e Princípios Táticos Ofensivos e Defensivos

REALIZAÇÃO: ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA ACADÊMICA LUVE GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISA EM FUTEBOL DA UFV

SÁBADO – 30 de abril
08:00 às 12:00- TEORIA – Metodologia do Treinamento das Ações e Princípios Táticos Defensivos
14:00 às 18:00 – PRÁTICA – Metodologia do Treinamento das Ações e Princípios Táticos Defensivos

DOMINGO – 01 de maio
08:00 às 12:00- TEORIA – Metodologia do Treinamento das Ações e Princípios Táticos Ofensivos
14:00 às 18:00 – PRÁTICA – Metodologia do Treinamento das Ações e Princípios Táticos Ofensivos

INVESTIMENTO: 

ATÉ O DIA 25/04 - R$60,00
APÓS 25/04 - R$70,00

Através de um dos membros do grupo de estudos e pesquisa em futebol ou enviar um comprovante de depósito para o e-mail: gefufv@gmail.com
BANCO DO BRASIL
AGÊNCIA: 0155-4
CONTA (POUPANÇA): 14.111-9
DÍGITO: 01

Maiores informações pelos telefones:
(31) 8707-2824 – Leonardo Cherede
(31) 8898-8360 – José Carlos
Ou pelo e-mail do grupo de estudos:
gefufv@gmail.com

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Desenvolver e oportunizar a formação do Talento no futebol.

Categoria SUB15 do Centro Esportivo Ubaense campeã da Copa Revela Talentos em Laranjal-MG
                
                 Desde sempre o futebol é difundido pelo nosso país. Presumo que um dos primeiros presentes que as crianças ganham aqui são uma bola de futebol, uma camisa de time ou algo do universo futebolístico. Mediante a tal situação nos deparamos com algo delicado intitulado de sonho. Quem nunca viu uma criança com uma bola brincando de ser Ronaldinho Gaúcho, Fenômeno, Pato, Júlio César, Neymar, Ganso dentre outros? Lidar com as expectativas no processo de formação de um jogador é estar no limiar do sucesso e do fracasso, mas podemos ter uma abordagem diferente desta questão e lidar com o sonho de uma maneira mais amena e menos fantasiosa. Todos podem jogar futebol segundo Rodrigo Leitão em seu texto Jogador de futebol: a detecção e o desenvolvimento do talento, porém, alguns podem jogar melhor do que outros seja por uma característica já intrínseca ao sujeito que desenvolveu seu potencial esporadicamente ou seja por um processo de formação pleiteado de forma organizada e periodizada capaz de incitar o desenvolvimento pleno em uma fase sensível a tal capacidade. Sabemos que a primeira situação ocorre substancialmente muito mais vezes do que a segunda, fazendo com que este talento se desenvolva com alguns fatores deficitários o que poderia ser amenizado por um modelo de desenvolvimento com profissionais capacitados.
               Muitos autores defendem um sistema de formação esportiva, que é um processo que acontece em vários países de destaque no âmbito do desporto como o Estados Unidos, Inglaterra, Espanha, Alemanha, Rússia etc. Pois bem, o sistema de formação esportiva segundo o que Greco preconiza é a IEU (Iniciação Esportiva Universal) que são compostas de fases latentes de acordo com a faixa etária, fases estas obtidas através de muita pesquisa. Basicamente temos a fase pré-escolar de 4 a 5 anos onde a criança deve experimentar várias atividades como saltar, pular, correr, girar dentre outras para que possa vivenciar e tornar isto parte de sua bagagem motora. Temos a fase universal de 6 aos 12 anos onde os diversos esportes e movimentos devem ser inseridos de forma lúdica formando a noção de regras,a aprendizagem motora, o ganhar e o perder. Na fase de orientação de 12 aos 14 os trabalhos específicos de uma ou duas modalidades aumentam pois a partir daí tem-se uma noção daquilo que o sujeito realmente gosta de fazer e praticar. Dos 14 aos 16 temos a fase de direcionamento onde há um limiar que separa o desporto de alto rendimento para o desporto praticado para a saúde. Lembro-lhes que a vivência motora e a capacidade cognitiva do indivíduo que passa por este processo é comprovadamente significativa. Dos 16 aos 18 temos a fase de especialização, onde o sujeito tem uma leitura de jogo que lhe dá a capacidade de desenvolver-se independente da metodologia adotada pelo técnico e isso se deve a sua capacidade cognitiva. A partir dos 18 anos temos a fase de aproximação e a fase de alto nível tendo o sujeito nestas circunstâncias um acervo motor e uma inteligência de jogo capaz de resolver problemas em um curto espaço de tempo e de forma efetiva.
              Sinto que a realidade brasileira quanto a este processo de formação está se modificando graças a estas metodologias detentoras de sucesso que oportunizam e desenvolvem de forma plena o talento. Bons exemplos nós temos, só é necessária a expansão destas idéias. 

domingo, 23 de janeiro de 2011

CENTRO ESPORTIVO UBAENSE


O CEU é logo ali
Empresário monta estrutura para formação de jogadores de futebol em Ubá e impressiona pelo profissionalismo da empreitada
Wallace Mattos
Repórter
Quem acompanha o futebol da região sempre diz que nela há um grande potencial para a revelação de jogadores. Com poucas opções para trabalhar e desenvolver as jovens promessas, muitos dos talentos da Zona da Mata acabam desperdiçados, relegados ao futebol amador. Em Juiz de Fora, Tupi, Sport e Tupynambás lutam contra a precariedade de suas estruturas, tentando manter minimamente suas categorias de base em funcionamento.
Mas, por causa do sonho de um empresário de Ubá, cidade a 100km de Juiz de Fora, a situação dos jovens atletas que têm talento para alçar voos maiores começa a mudar. Em setembro de 2010, a Zona da Mata ganhou o Centro Esportivo Ubaense (CEU), um local com área de 100 mil metros quadrados todo equipado e voltado para a formação de jogadores desde seus primeiros passos com a bola até os 15 anos.
Idealizador e financiador da construção do CEU, o empresário do ramo moveleiro Paulo Paschoalino, 57 anos, diz que a ideia surgiu da vontade de ver os talentos da região se desenvolverem em um ambiente ideal. Jogador do Industrial e do Aymorés nos tempos áureos do futebol ubaense, Paschoalino é boleiro de carteirinha e até hoje joga três peladas por semana. "Cada um tem uma cachaça e, no meu caso, é o futebol", confirma o empresário.
"A partir do momento que comecei a perceber que existem talentos em nossa região que estavam sendo desperdiçados, principalmente por falta de condições para esses garotos, surgiu a vontade de ajudar", conta Paschoalino. "Percebi que o menino, quando sai de uma cidade do interior, como a nossa, muitas vezes fica inibido pela estrutura ou não tem condições de preparação física e técnica como os jogadores de grandes centros e, mesmo que seja bom de bola, acaba ficando abaixo da média. O sonho foi esse: poder fazer alguma coisa para ajudar a desenvolver esses talentos", conta.
Coisa de maluco
A partir de então, Paulo fez do próprio bolso, com a ajuda do irmão Domingos, o investimento necessário - os valores ele não revela -, que acabou maior do que o próprio empresário planejara. "A construção começou há três anos. Vislumbrei a possibilidade de fazer um campo de futebol para colocar os meninos, dar treinamentos, começar o trabalho. Mas, achei essa área e percebi a possibilidade de ampliar isso. Fiz então uma visita ao Tigres do Brasil (que possui um moderno centro de treinamentos em Xerém, na Baixada Fluminense), me encantei com a estrutura e quis algo parecido. Era um sonho."
Paschoalino também teve contato com o pessoal do Cruzeiro. O presidente da Raposa, Zezé Perrella, achou que o empresário havia perdido o juízo. "Ele me disse que eu era maluco de fazer isso aqui em Ubá. Mas, me perguntou o que eu queria. Falei para ele que, por enquanto, nada. Mas, no futuro, iríamos conversar", lembra Paschoalino.
Com a estrutura básica pronta, o diretor-presidente do Ubaense Futebol Clube, dono do CEU, teve um novo desafio. "Já poderia ter iniciado os trabalhos há dois anos, mas não quis enquanto essa gestão não fosse definida. Tinha uma preocupação grande com a qualidade. Quem iria dar sequência ao trabalho após o Centro estar funcionando? Como seriam os treinamentos? Quem seriam os técnicos, preparadores físicos, o pessoal de administração? Quais seriam as categorias a serem trabalhadas? Essas eram as questões colocadas", conta Paulo.
A parceria com um professor universitário de renome e a Universidade Federal de Viçosa (UFV) resolveu as questões de administração do CEU. "Conheci o professor Próspero Paoli, da UFV, com toda sua experiência. Eles nos mandou um projeto, e chegamos a um acordo. A partir desse momento, tive a tranquilidade de colocar o CEU nas mãos de uma pessoa que formou treinadores como o técnico da Seleção Brasileira sub-20, Ney Franco", conta Paschoalino.
"Não fazíamos ideia de que isso aqui existia até que, no ano passado, viemos a Ubá fazer alguns amistosos com um dos times de base que a Universidade coordena. Chegando aqui, conhecemos o Paulo e nos interessamos. Elaboramos o projeto, o professor Próspero enviou e deu certo", completa o gerente administrativo do centro de treinamento (CT), Matheus Ornelas, 27 anos, graduado em educação física pela UFV.
Foco na garotada e olho no futuro
Hoje, dentro da vasta área no Bairro Mangueiras Rural, existem dois campos de futebol
oficiais - um com medida de 102m x 70m com grama esmeralda e outro de 102m x 68m de grama batatais - e caixa de areia, exclusivos para treinamento, além de dois espaços para futebol society - um com grama natural, e outro, sintética -, anexos à área de lazer com bar
e churrasqueiras, que podem ser alugados para eventos. Também estão em construção as arquibancadas do estádio do Ubaense, que será nomeado em homenagem a Domingos Paschoalino, irmão de Paulo, e, quando terminado, terá capacidade para cerca de 5 mil torcedores. Abaixo das arquibancadas ficarão o refeitório, a academia de ginástica e o dormitório. No mesmo espaço já estão em pleno funcionamento amplos vestiários, sendo o do time da casa equipado com rouparia.
As obras no CEU não vão parar tão cedo, já que há outros projetos que sairão do papel em breve, e seu diretor-presidente está buscando parceiros. "Precisamos manter contato com os clubes, principalmente em um raio de 300km, para que haja parcerias. A partir de fevereiro, começamos a construir um novo campo, com o tipo de grama mais moderno, aprovado pela Fifa. E, esse ano ainda, ficarão prontos o ginásio e o hotel. Eles já têm projetos aprovados", explica Paschoalino.
Os principais beneficiados com toda essa estrutura são os garotos. Hoje, 130 meninos das categorias sub-12, sub-13, sub-14 e sub-15, treinam de terça a sexta, na parte da tarde, e sábado pela manhã no local. "Na primeira peneira que realizamos aqui, em setembro, foram avaliados 587 garotos. No último dia 15, outros 120 apareceram. Nossa ideia é sempre fazer duas peneiras por ano, em janeiro e julho. As outras formas de entrar para os quadros das equipes são através de parceiros, observadores com quem temos contato constante em outras cidades, ou clubes com os quais faremos parcerias. Hoje, o Cruzeiro é o principal deles", explica Ornelas. "A intenção não é formar um time profissional", avisa Paschoalino. "É claro que pode ser que a situação mude futuramente, mas, hoje, o CEU é voltado somente para a base. Até porque um time de profissionais tem um custo muito alto."
Para treinar no CEU, os alunos são levados até o local por dois ônibus, um que sai da rodoviária de Ubá e outro que percorre os municípios vizinhos, saindo de Viçosa, indo até Tocantins e retornando até o CT. "O garoto só traz chuteira e caneleira. O resto do material é nosso. Fornecemos camisas, calções e meiões. Durante o treino, há reposição hídrica constante, já que o clima de Ubá é bastante quente e, após as atividades, um lanche com frutas para a reposição de nutrientes. Tudo elaborado para maximizar os ganhos do atleta."
Para desfrutar desta estrutura, tem que andar na linha. "Temos uma cartilha, que é entregue a todos, com normas de comportamento dentro e fora do CT. Além disso, acompanhamos as notas escolares de cada um. Caso haja alguma dificuldade, conversamos com os pais e há psicólogos e outros profissionais para ajudar, através de um convênio que temos com a Faculdade Governador Ozanan Coelho (Fagoc)", explica Ornelas.
Contando as áreas de treinamento e administração, o CEU conta com dez profissionais, todos egressos da Faculdade de Educação Física da UFV. "Trabalhamos todos dentro da mesma filosofia de treinamento, e cada técnico sobe com sua categoria. Ou seja, não é preciso o garoto se adaptar a outro estilo de comando durante sua formação conosco", explica Ornelas.
Formar e encaminhar
A ideia é que o CEU forme o jogador e o encaminhe a clubes parceiros. "Fazemos toda essa parte de treinos dos 11 aos 15 anos. Depois, o atleta será direcionado a um clube que estiver interessado. Achamos melhor estabelecer essa idade como limite porque, a partir daí, fica mais difícil de o garoto ingressar nas categorias de base de clubes maiores. É também a época na qual começam a ser assinados os primeiros contratos", diz Ornelas.
Para o futuro, o percentual que o clube receber como formador de atleta em futuras negociações de jogadores criados no CEU será investido na gestão do CT. "Quando você monta um centro de treinamento, não pode ser imediatista. A gente espera que possa surgir um talento de exceção. A ideia é que o local se torne autossustentável no futuro. Mas, também sei que a estatística de jogadores que saem de centros como o nosso e se tornam profissionais é muito pequena. Por isso, é um projeto nos sustentarmos desse jeito, mas hoje estamos preocupados em ajudar", diz Paschoalino.

Estrutura é o começo
Quem sente de perto a diferença de trabalhar em um local como o CEU desde seu início sabe que vive uma situação de exceção e quer mais. "Temos todo o material que solicitamos, os campos são fantásticos, e o espaço está cada dia melhor equipado. Então, começou no caminho certo e, se continuar nesse rumo, vai chegar rápido a um nível de excelência", confia o técnico substituto do time sub-14, Leonardo Chered, 27 anos.
Já há atletas se destacando do grupo e chamando a atenção de clubes grandes. "Estou aqui desde setembro. Fiquei sabendo da peneira, vim e fui aprovado. No fim do ano, estive no Cruzeiro e passei nos testes. Acho que não senti diferença, porque lá é bem parecido com o nosso CT. Acredito que vou ter o mesmo desempenho quando for de vez para lá", acredita o lateral-direito Cassiano Resende, 13 anos, que passou nas avaliações da Raposa, será monitorado pelo clube de Belo Horizonte, mas continuará treinando no CEU até poder se juntar de vez ao elenco da base celeste.
Contatos do CEU
contato@ceufutebol.com.br
(32) 3539-3444