quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Desenvolver e oportunizar a formação do Talento no futebol.

Categoria SUB15 do Centro Esportivo Ubaense campeã da Copa Revela Talentos em Laranjal-MG
                
                 Desde sempre o futebol é difundido pelo nosso país. Presumo que um dos primeiros presentes que as crianças ganham aqui são uma bola de futebol, uma camisa de time ou algo do universo futebolístico. Mediante a tal situação nos deparamos com algo delicado intitulado de sonho. Quem nunca viu uma criança com uma bola brincando de ser Ronaldinho Gaúcho, Fenômeno, Pato, Júlio César, Neymar, Ganso dentre outros? Lidar com as expectativas no processo de formação de um jogador é estar no limiar do sucesso e do fracasso, mas podemos ter uma abordagem diferente desta questão e lidar com o sonho de uma maneira mais amena e menos fantasiosa. Todos podem jogar futebol segundo Rodrigo Leitão em seu texto Jogador de futebol: a detecção e o desenvolvimento do talento, porém, alguns podem jogar melhor do que outros seja por uma característica já intrínseca ao sujeito que desenvolveu seu potencial esporadicamente ou seja por um processo de formação pleiteado de forma organizada e periodizada capaz de incitar o desenvolvimento pleno em uma fase sensível a tal capacidade. Sabemos que a primeira situação ocorre substancialmente muito mais vezes do que a segunda, fazendo com que este talento se desenvolva com alguns fatores deficitários o que poderia ser amenizado por um modelo de desenvolvimento com profissionais capacitados.
               Muitos autores defendem um sistema de formação esportiva, que é um processo que acontece em vários países de destaque no âmbito do desporto como o Estados Unidos, Inglaterra, Espanha, Alemanha, Rússia etc. Pois bem, o sistema de formação esportiva segundo o que Greco preconiza é a IEU (Iniciação Esportiva Universal) que são compostas de fases latentes de acordo com a faixa etária, fases estas obtidas através de muita pesquisa. Basicamente temos a fase pré-escolar de 4 a 5 anos onde a criança deve experimentar várias atividades como saltar, pular, correr, girar dentre outras para que possa vivenciar e tornar isto parte de sua bagagem motora. Temos a fase universal de 6 aos 12 anos onde os diversos esportes e movimentos devem ser inseridos de forma lúdica formando a noção de regras,a aprendizagem motora, o ganhar e o perder. Na fase de orientação de 12 aos 14 os trabalhos específicos de uma ou duas modalidades aumentam pois a partir daí tem-se uma noção daquilo que o sujeito realmente gosta de fazer e praticar. Dos 14 aos 16 temos a fase de direcionamento onde há um limiar que separa o desporto de alto rendimento para o desporto praticado para a saúde. Lembro-lhes que a vivência motora e a capacidade cognitiva do indivíduo que passa por este processo é comprovadamente significativa. Dos 16 aos 18 temos a fase de especialização, onde o sujeito tem uma leitura de jogo que lhe dá a capacidade de desenvolver-se independente da metodologia adotada pelo técnico e isso se deve a sua capacidade cognitiva. A partir dos 18 anos temos a fase de aproximação e a fase de alto nível tendo o sujeito nestas circunstâncias um acervo motor e uma inteligência de jogo capaz de resolver problemas em um curto espaço de tempo e de forma efetiva.
              Sinto que a realidade brasileira quanto a este processo de formação está se modificando graças a estas metodologias detentoras de sucesso que oportunizam e desenvolvem de forma plena o talento. Bons exemplos nós temos, só é necessária a expansão destas idéias.